terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Produtividade aumenta com ciência e investigação


Ministros europeus para a competitividade encontram-se hoje

Mariano Gago
Mariano Gago
O ministro da Ciência, Mariano Gago, afirmou hoje que a ciência e a investigação têm um contributo vital para o aumento da competitividade e da produtividade, num esforço para saída da crise. Em entrevista à Lusa a propósito da reunião informal dos ministros Europeus da Competitividade, que decorre a partir de hoje em San Sebastian, o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior insistiu que devem redobrar-se os esforços para incorporar a ciência e tecnologia nos processos produtivos, capitalizando assim nas mais valias europeias.
 
“A Europa tem hoje activos importantes nesta área”, explicou Gago, recordando que o segundo dia do encontro de San Sebastian será dedicado à expansão do uso dos carros eléctricos na Europa.

Um sector onde a investigação e a tecnologia europeias têm sido“decisivas”, como ocorre ainda em áreas como as energias renováveis, criando produtos de importância estratégica tanto para a Europa como para o resto do mundo.
 
A primeira sessão de debate, hoje, esteve já concentrada na resposta à crise económica e em particular “no papel da ciência e investigação” nesses esforços de retoma económica. “Hoje, muito do debate tem a ver com reafirmar a enorme importância para a saída da crise que é o aumento da competitividade e produtividade das empresas”, disse. “E isso só se consegue atingir com um aumento muito significativo da incorporação do conhecimento e de ciência e tecnologia nos processo produtivos”, considerou ainda.
 
Para que essa vontade se materialize, Mariano Gago considera que deve ser feita uma “aposta muito deliberada” em recursos humanos, educação, informação e investigação. “Isso implica um reforço das universidades e das redes de universidades, tanto à escala europeia e implica naturalmente um reforço da cooperação internacional entre universidades e empresas à escala”, disse ainda.
 
Em debate em San Sebastian está também a questão da partilha e da cooperação no desenvolvimento de grandes infra-estruturas de investigação a nível europeu. “A época das grandes infra-estruturas estritamente nacionais acabou. Hoje qualquer país, mesmo que tenha capacidade financeira para criar novas, aposta na colaboração”, afirmou.
 
Mariano Gago recorda ainda que a mobilidade científica é já bastante significativa, notando porém que ainda há que resolver alguns obstáculos, como as questões da reforma e da segurança social. “O objectivo é permitir desenvolver carreiras científicas em vários países ao longo de uma carreira. Isso implica acordos de estabilidade em questões de reformas e segurança social”, disse.
 
Nesse sentido, Portugal e o Luxemburgo apresentaram já uma proposta para que o tema seja discutido por ministros da Ciência e dos Assuntos Sociais numa reunião em março.
 
Também no caso português Mariano Gago sublinha haver grande mobilidade, com uma relação “muito equilibrada” entre Portugal e os outros países no que toca a intercâmbios de cientistas.
 
“É bom que haja portugueses noutros países, desde que haja cientistas estrangeiros a vir para Portugal”, disse, notando que nos últimos anos se tem consolidado a percentagem de especialistas estrangeiros recrutados através de concursos públicos para cargos em Portugal.
 
“Nos últimos 2 anos, nos concursos para jovens investigadores doutorados lançados a escala nacional - para ocupar 1.200 vagas - 40 por cento dos recrutados não são portugueses”, explicou.
 
“Portugal é um pais que estava muito atrasado cientificamente há 30 anos, que se desenvolveu muito rapidamente e até contra algumas expetativas europeias e que atingiu níveis de desenvolvimento científico que em alguns casos superam a média”, afirmou.

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