sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Televisão pode tirar anos de vida


Estudo afirma que sedentarismo eleva mortalidade, especialmente por causas cardíacas

A cada hora em frente à televisão aumenta o risco de sofrer um ataque cardíaco, segundo uma investigação australiana sobre os perigos do sedentarismo.

David Dunstan é um dos autores do estudo
David Dunstan é um dos autores do estudo






Os cientistas advertem: qualquer comportamento que implique passar várias horas ao dia sentado põe em risco a saúde cardiovascular.

David Dunstan, um dos autores do estudo publicado na Circulation, recorda que o corpo humano foi desenhado para mover-se e não para estar sentado várias horas ao dia. O problema, como reconhece este especialista em Actividade Física do Instituto Baker de Vitoria, na Austrália, é que“muitas das actividades da vida diária que requeriam estar de pé se transformaram para estarmos sentados”.

Muitos seres humanos passam a vida a mudar-se de uma cadeira para outra ao longo do dia sem exercitar um único músculo, acrescenta o autor, que dá a conhecer os riscos do sedentarismo, inclusive para indivíduos com um peso normal e independentes de outros factores de risco.

Concretamente, o estudo avaliou quase oito mil pessoas maiores de 25 anos entre 1999 e 2006. Em função dos seus hábitos televisivos dividiram os sujeitos em três grupos: os que viam menos de duas horas diárias, entre duas e quatro horas por dia e finalmente os que ficavam em frente ao televisor mais de quatro horas diárias.

Problemas cardiovasculares e cancerígenos

Nestes sete anos de análises registaram-se 284 mortes: 87 com problemas cardiovasculares e outras 125 por cancro. Se nos tumores se observou uma relação residual com o hábito de ver televisão, a relação era muito mais clara nos problemas cardiovasculares.

Americanos vêem TV 8 horas por dia
Americanos vêem TV 8 horas por dia
Os investigadores concluíram que os indivíduos que viam televisão mais de quatro horas por dia tinham 46 por cento mais probabilidade de morte (por qualquer causa) que as pessoas que viam televisão menos de duas horas por dia, ou quase 80 por cento se apenas tivermos em conta os falecimentos por causas cardiovasculares.

Há também que ter em conta que a média diária de estar em frente ao pequeno ecrã em países como a Austrália ou o Reino Unido é de três horas, frente às oito dos norte-americanos ou as 3,7 dos espanhóis.

Por cada hora diária de televisão, os investigadores calculam que existe 11 por cento de aumento de risco de mortalidade por qualquer causa e até 18 por cento por patologia cardiovascular. Aumenta também em nove por cento a mortalidade por cancro.

O perigo mantem-se mesmo tendo em conta outros factores como o colesterol, a tensão, o tabaco, o perímetro da cintura ou a dieta rica em gorduras.

“Inclusive para alguém com um peso normal, estar sentado várias horas por dia tem uma má influência nos níveis de glicose e de gordura do organismo”, conclui Dunstan.

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