sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Chernobyl é causa de aumento de doenças na Ucrânia


Investigadores defendem que 30 por cento das maleitas se devem à radioactividade


O acidente nuclear de Chernobyl, que aconteceu há 24 anos, antiga Vladimir Lenin, na Ucrânia (então parte da União Soviética), continua a dar o que falar pelos seus efeitos nocivos na saúde da população. Especialistas e médicos dos hospitais de crianças com cancro de Minsk, Belarus, e de radiologia, em Vilne, no Este da Ucrânia, verificam inusuais mutações de doenças cancerígenas e sanguíneas ligadas à explosão.

A liberação da nuvem radioactiva provocou 400 vezes mais contaminação do que a bomba que atingiu Hiroshima. No entanto, os investigadores dizem que é impossível provar que esta mortalidade infantil, que se verifica a milhares de quilómetros do local onde aconteceu o acidente, aumentou de 20 a 30 por cento em 20 anos, ou ainda muitos dos problemas genéticos, órgãos internos deformados e cancro da tiróide.

A Organização Mundial de Saúde (das Nações Unidas) e a Agência Internacional de Energia Atómica defendem que apenas 56 pessoas morreram como sequência directa da exposição à radiação e quatro mil vieram eventualmente a serem alvos indirectos e que grande parte das doenças são psicológicas, onde se salienta a radiofobia.

Continuam a nascer crianças com malformações
Continuam a nascer crianças com malformações
No entanto, as explicações não convencem especialistas em áreas de contaminação por radiação na Rússia, Bielorrússia e Ucrânia. A Agência Internacional para Investigação em Cancro assume que 16 mil das mortes se devem a Chernobyl; e um estudo realizado pela Academia das Ciências, entidade russa, diz que ocorreram 60 mil na Rússia, 140 mil na Ucrânia e Bielorrússia – a instituição apurou que 270 mil pessoas sofrem de cancro. Já a Comissão Nacional para Protecção em Radiação (Ucrânia) calculou que 500 mil mortes ocorreram na sequência da catástrofe.

Falta de investigação

Os cientistas defendem que se torna difícil reunir dados devido ao caos nos serviços administrativos, provocado pela explosão. Muitos doentes foram deslocados e documentos perdidos.

Algumas entidades só aceitam como facto, estudos publicados em revistas ou jornais cientificamente reconhecidos. Mas, Linda Walker, responsável pelo Projecto para as Crianças de Chernobyl, que colabora com orfanatos e entidades para crianças afectadas, aclama que se devem realizar esforços para saber mais sobre os efeitos do desastre. “Vários pais, que viveram nessa altura, estão agora a dar à luz bebés com problemas e malformações genéticas, e não isto não está a ser investigado a fundo”, sublinha.

0 comentários:

Enviar um comentário