sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Temperaturas em Portugal aumentaram 1,2 graus desde 1930


Chuvadas intensas são cada vez mais frequentes em Portugal
Chuvadas intensas são cada vez mais frequentes em Portugal
Portugal aqueceu 1,2 graus nas últimas décadas e vive fenómenos extremos cada vez mais frequentes, como chuvadas intensas, ondas de calor e vagas de frio prolongadas. "Nos últimos 30 anos houve uma curva ascendente nas temperaturas médias", alerta Adérito Serrão, presidente do Instituto de Meteorologia (IM).

Este aumento da temperatura média em Portugal, verificada desde 1930, explica-se em grande parte pela revolução industrial, que trouxe alterações nas emissões de dióxido de carbono, acrescenta o especialista.

Estas alterações climáticas trarão perturbações a todos os níveis, desde os recursos hídricos à biodiversidade, passando pela energia, saúde, turismo e actividade económica.

"Se a projecção se mantiver, terá efeitos graves. Tudo o que ultrapassa os dois graus em relação a 1990 tem consequências com irreversibilidade nos ecossistemas e poderá gerar catástrofes, como aconteceram já no passado, mas com mais intensidade",admitiu o especialista.

Monitorizar e antecipar os efeitos do clima

De acordo com Adérito Serrão, o Instituto de Meteorologia tem um projecto em parceria com a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa para estudar estes cenários climáticos e medir os seus impactos no continente, cujos resultados podem sustentar políticas de adaptação às alterações climáticas. O destinatário deste trabalho é a Comissão para as Alterações Climáticas.

"Temos que actuar ao nível da adaptação. É necessário estimar o que vai acontecer para que os vários sectores tenham medidas adequadas às alterações climáticas. Tudo o que estiver na mão do Homem deve ser tentado e conseguido", referiu.

O IM e a Faculdade de Ciências estão a acompanhar todas estas matérias, através da monitorização do presente, do registo de situações históricas - com a ajuda de uma base de dados reportados a 1931 - e da projecção do futuro.

"Com a ajuda da ciência, há espaço para monitorizar e antecipar os efeitos do clima, mas também para encontrar substitutos energéticos, sem perda de competitividade, e sustentar uma política de transportes e mobilidade, sem retroceder", considera.

As previsões do IM apontam para uma diminuição da frequência das chuvas, para um aumento das temperaturas médias e dos valores extremos, o que em termos de vivência humana se traduzirá mais directamente em períodos de excesso de calor ou de frio, seca prolongada, cheias e inundações.

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