Resultados obtidos foram surpreendentes
Investigadores suecos puseram em prática uma nova tecnologia de rastreio das longas viagens realizadas pelas aves durante as suas migrações.
A dificuldade em averiguar as condições em que os pássaros realizam as suas migrações consiste no facto de as técnicas convencionais, como as braceletes com identificação por rádio, utilizadas até então facultarem informações muito limitadas sobre os percursos realizados.
Comportamento das aves foi analisado ao longo de 14 anos Esta nova tecnologia consiste em pequenas etiquetas capazes de recolher dados do sistema GPS e transmiti-los a satélites. Estas têm-se tornado cada vez mais pequenas, sendo que as menores pesam dez gramas, já com a bateria incluída. A diminuição das suas dimensões torna possível a aplicação em aves de grande porte, de forma a rastrear as longas viagens que realizam. Através deste novo sistema, cientistas suecos obtiveram informações relevantes sobre as condições encontradas pelas aves de rapina no deserto Sahara nas migrações entre a Suécia e África e vice-versa, durante a Primavera e o Outono. A equipa liderada por Roine Strandberg e Raymond Klaassen, da Universidade de Lund, acompanhou 90 voos de abutres, águias e outras aves de rapina, adultas e jovens, entre 1995 e 2009 e obtiveram resultados surpreendentes. Comportamentos inesperados Segundo o relatório publicado na revista Biology Letters, a distância média percorrida de entre os extremos do deserto era de 1,6 mil quilómetros, num tempo médio de seis dias e meio. Nesta análise constatou-se que, em 40 por cento dos voos, houve indícios de comportamentos que não eram esperados, como reduções de velocidade, mudanças de percurso ou até mesmo o retorno ao ponto de partida. Segundo os investigadores, estes procedimentos podem dever-se aos ventos adversos ou a tempestades de areia. Além disso, também verificaram, contra as suas expectativas, que o maior número de mortes incidia nas aves mais jovens, visto que um terço delas sucumbia à sua primeira viagem. Já a morte das aves adultas verificou-se em apenas dois por cento do universo estudado. |
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