terça-feira, 28 de dezembro de 2010

O ano zero para a nova Portugal Telecom no Brasil

gr_pt_oi_destaqueA entrada da PT no capital da operadora brasileira Oi em 2011 irá mudar a face da empresa portuguesa no Brasil depois de este ano ter feito uma das maiores operações de venda no mundo ao alienar a sua participação na Vivo aos espanhóis da Telefónica.


Face às perspectivas económicas menos animadoras em termos gerais, a Portugal Telecom vê-se obrigada a tentar crescer fora de Portugal e por isso, e outras razões, os analistas consideram o Brasil um mercado estratégico e fundamental para a PT.

A analista do Banif - Banco de Investimento, Teresa Martinho destaca que a concretização do negócio com a Oi "é crítico" para reduzir a "elevada dependência" da empresa face ao mercado doméstico.

Outro analista, que pede para não ser identificado, frisa que a "esperança de que a PT venha a simplificar a organização da operadora brasileira" e o seu 'know-how' no móvel são "ingredientes" para fazer da Oi um bom investimento.

O mesmo analista, contudo, reconhece que o investimento da PT no Brasil representa um risco de execução: "Após anos de grande investimento, a Vivo estaria agora a entrar na fase de cruzeiro com maiores retornos e dividendos. Na Oi é necessário consolidar e melhorar a posição competitiva da empresa, havendo um risco de execução muito maior”.

No entanto, Teresa Martinho refere que a experiência da PT no sector, em particular na banda larga móvel e TV, "irá assegurar uma alternativa à Vivo", até então o motor de crescimento da empresa.

Para o analista que não se quis identificar, a transacção da Vivo foi "uma operação com valores acima do que alguém ousaria dizer" ou, como diz a analista Teresa Martinho, com um preço que "superou largamente as expectativas dos analistas" ao ser vendida por "mais do dobro do valor implícito nas avaliações".

Após o que todos consideraram um bom negócio a venda da Vivo pela PT, a empresa portuguesa tem agora de correr para concluir a compra da participação directa e indirecta de 22,38% por 3,7 mil milhões de euros, uma situação prevista para o primeiro trimestre do próximo ano.

De acordo com a operadora portuguesa, 80% do encaixe financeiro realizado com a venda da Vivo é reinvestido no negócio da PT e em Portugal, sendo 50% do valor recebido - 3,7 mil milhões de euros - utilizado para adquirir a participação na Oi.

A PT sublinha que o encaixe financeiro permitirá à operadora aproveitar novas oportunidades de investimento, nomeadamente no triângulo Portugal-Brasil-África, mercados estratégicos e onde já detém uma presença assinalável.

Para a analista do Banif, a PT terá "a necessidade de implementar um plano de reestruturação da empresa", para além da entrada na Oi, principalmente no "desenvolvimento dos negócios em África e reforço da posição competitiva em Portugal".

Fonte: Lusa

0 comentários:

Enviar um comentário