quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Mais 29 por cento de CO2


Emissões de CO2 ligadas a combustíveis <br> fósseis
Emissões de CO2 ligadas a combustíveis
fósseis
As emissões mundiais de dióxido de carbono (CO2) ligadas à utilização de combustíveis fósseis cresceram 29 por cento entre 2000 e 2008, apesar de uma ligeira diminuição no ano passado devido à crise, indica um estudo hoje publicado.

Desde 1990, data de referência do Protocolo de Quioto, as emissões aumentaram 41 por cento, de acordo com este estudo divulgado a três semanas da Conferência de Copenhaga sobre alterações climáticas, que visa alcançar um acordo mundial para o período pós-2012 tendente a erradicar o aquecimento global em curso.

Estes números situam-se numa trajectória próxima do cenário mais sombrio traçado pelo Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC), segundo o qual a temperatura média do planeta poderá subir entre 1,8 e quatro graus Celsius até ao fim do século.

Em 2008, a crise económica teve um impacto "limitado mas discernível" nas emissões mundiais de dióxido de carbono (CO2) ligadas à utilização dos combustíveis fósseis (petróleo, gás, carvão), precisa este estudo divulgado na revista Nature Geoscience pelo Global Carbon Project (GCP), que junta mais de 30 especialistas em clima.

Entre 2007 e 2008, as emissões subiram dois por cento, abaixo da subida média anual de 3,6 por cento que se registava desde o início da década. Este impacto da crise económica deverá fazer-se sentir de maneira mais clara em 2009, com as emissões a baixar até aos níveis de 2007, devendo a progressão recomeçar em 2010.

Situação inquietante

O estudo aponta ainda para uma alteração no papel de "poços de carbono" desempenhado pelos oceanos e florestas, que se tornaram menos eficazes a armazenar o CO2. Durante os últimos 50 anos, a proporção das emissões de CO2 que ficam na atmosfera, e reforçam assim o efeito de estufa, passou provavelmente de 40 a 45 por cento, segundo o estudo.

"É inquietante", sublinhou Pep Canadell, director executivo do GCP. "Isso mostra a vulnerabilidade às alterações climáticas desses poços naturais que são menos eficazes no seu papel de "escoadouros" da poluição carbónica de origem humana",explicou.

0 comentários:

Enviar um comentário